LIMP WRIST, BANDA PUNK STRAIGT EDGE QUEER
QUEERCORE
Militância, movimento punk e peso. De fanzines obscuros a influência na cena alternativa, a história do movimento único no gueto
Por Breno Soares
Em tempos de liberdade de expressão, onde a mídia mostra o que deseja mostrar, onde os jornalistas protestam e onde a censura já não é tão forte quanto na época da ditadura, vemos tantos movimentos surgirem quanto pessoas podem criá-los.
A música como instrumento de protesto, tanto quanto de prazer não poderia ficar de fora. Desconhecido por muitos, o Queercore é um movimento com poucos expoentes de sucesso como Marilyn Manson, que por razões de mercado caiu fora desse. Outros mais obscuros vestem a camisa e batem no peito.
O Queercore é filho do punk, um braço do estilo que resolveu caminhar pelas ruas gays da música. Protesta, grita, é pesado e muitas vezes sujo como punk, mas gay em suas letras e atitudes.
Considerado mais que apenas um movimento musical, o Queercore é considerado um movimento social e cultural que teve início em meados da década de 80 e mesmo sendo um movimento gay, preferiu (ou foi obrigado) a ficar afastado das rodas gays e lésbicas da época.
Mesmo tendo surgido do punk, o movimento compreende atualmente artistas em outros gêneros musicais como: hardcore punk, synthpunk, indie rock, power pop, no wave, noise, experimental, industrial, etc. Pois ser Queercore hoje em dia é muito mais que fazer punk gay e sim ter a atitude do grupo.
Inicialmente chamado de Homocore, os primeiros gritos do movimento foram ouvidos por um zine canadense, de Toronto, fundado por G.B. Jones e co-publicado por Bruce LaBruce, o J.D.s Este é considerado o início do movimento. Teve oito publicações de 1985 até 1991.
A coisa pegou mesmo quando depois das primeiras edições do J.D.s. Os editores escreveram um manifesto entitulado “Não seja gay”, mesmo nome de um artigo originalmente lançado em outro fanzine da época, Maximum RocknRoll. O artigo foi lançado pelo Maximum em Fevereiro de 1989 e atacava tanto a cultura punk quanto a cultura gay.
O J.D.s respondeu com esse manifesto e logo em seguida lançou um fita com os nomes mais expoentes do Queercore, como as bandas canadenses Fifth Column e Nikki Parasite, a americana Bomb, as inglesas The Apostles, Academy 23 e No Brain Cells além da Gorse, da Nova Zelândia. Nessa época muitas bandas da cena estavam levando o título de Queercore, muito mais pelo seu suporte ao movimento, e não necessariamente bandas de gays. Depois Los Crudos e Go! vieram a engrossar a lista, mas desta vez tendo algum membro queer ou gay assumido.
“(…) Talvez a definição esteja baseada mais na expressão individual, mas dizem que é o tipo de coisa que você reconhece quando vê. Ao invés de tentar categorizar e definir, as pessoas tendem a se juntar a ele, exatamente por sua diversidade, por ser interessante e pelas possibilidades a serem desenvolvidas a partir do conceito original. Muitas pessoas optam por usar o termo queercore pra se afastar das imagens trazidas pela associação com o movimento punk, e para incluir tanto os punks gays como todas as outras coisas que refletem suas idéias básicas (…).”
Esse texto foi retirado das...
*revista Oasis
*Revista O Grito